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Evite assumir dívidas sem ter perspectiva de renda estável

Evite assumir dívidas sem ter perspectiva de renda estável

08/09/2025 - 12:52
Fabio Henrique
Evite assumir dívidas sem ter perspectiva de renda estável

O Brasil vive um momento crítico no que diz respeito ao endividamento das famílias. Dados recentes da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic) da CNC revelam que, em abril de 2025, 77,6% dos lares estavam comprometidos com algum tipo de dívida.

Esse cenário aponta para nível alarmante de famílias endividadas e reforça a necessidade de reflexão antes de assumir novos compromissos financeiros sem garantias de renda estável.

O panorama atual do endividamento no Brasil

Em comparação a dezembro de 2024 (76,7%), o percentual de famílias endividadas aumentou para 77,6% em abril de 2025. A pesquisa também mostra que o comprometimento médio da renda com dívidas atingiu 30% naquele mês, número que supera a metade das famílias que dedicam entre 11% e 50% de sua renda ao pagamento de parcelas.

O crescimento da inadimplência é preocupante: 29,1% das famílias possuíam dívidas em atraso em abril, e 12,4% relatam não ter condições de quitar esses compromissos. Ao todo, 73,10 milhões de pessoas estavam endividadas em outubro de 2024, com destaque para as faixas etárias de 41 a 60 anos (35,1% de inadimplência) e 26 a 40 anos (34%).

Consequências de dívidas sem renda garantida

Assumir compromissos financeiros sem uma fonte de renda consolidada eleva drasticamente o risco de inadimplência. Juros e multas podem fazer o valor devido crescer de forma exponencial, levando ao acúmulo de dívidas impagáveis e à inclusão do nome em órgãos de proteção ao crédito.

  • Perda de crédito e dificuldade de acesso a financiamentos futuros;
  • Comprometimento da renda para necessidades básicas, como alimentação e saúde;
  • Estresse financeiro e impacto negativo na saúde mental.

Além do desgaste emocional, há impactos práticos: famílias sem crédito podem enfrentar obstáculos para locação de imóveis, contratação de serviços e até oportunidades de emprego em determinadas áreas.

Principais fatores que impulsionam o endividamento

Diversos elementos contribuem para o aumento do endividamento, mesmo quando a renda não oferece segurança de longo prazo. A oferta de crédito fácil e sem comprovação efetiva de renda segue em alta, incentivada por campanhas comerciais agressivas.

  • Baixa educação financeira da população e falta de planejamento;
  • Pressão do consumo e marketing direcionado a impulsos de compra;
  • Instabilidade econômica, desemprego e renda informal;
  • Uso excessivo de cartão de crédito e cheque especial, com taxas elevadas.

Grupos mais vulneráveis

Embora o endividamento afete todas as classes sociais, famílias com renda entre 5 e 10 salários mínimos apresentam aumento significativo nas dívidas. Jovens adultos (18-25 anos) e pessoas de meia-idade (41-60 anos) destacam-se pelos maiores índices de inadimplência, reflexo de falta de experiência ou pressões financeiras típicas dessas fases da vida.

Para muitos, a renda informal – que pode ser interrompida a qualquer momento – oferece falsa sensação de segurança. Ao perder essa fonte, a capacidade de honrar dívidas compromete toda a estrutura familiar.

Como planejar e evitar inadimplência

Assumir dívidas com planejamento financeiro detalhado é fundamental. Antes de qualquer empréstimo ou compra parcelada, é necessário elaborar um orçamento que inclua todas as receitas e despesas fixas.

  • Verificar se a renda futura cobre todas as parcelas e despesas essenciais;
  • Evitar comprometer mais de 30% da renda mensal com dívidas;
  • Pesquisar taxas de juros e condições de pagamento em diferentes instituições;
  • Procurar orientação em cursos de educação financeira e aplicativos de gestão de orçamento.

Projeções e perspectivas para 2025

Especialistas preveem que o endividamento deve crescer em 2025, podendo alcançar um aumento de 2,4 pontos percentuais no número de famílias endividadas e uma leve alta de 0,5 ponto porcentual na inadimplência. Esses índices indicam a urgência de políticas públicas e iniciativas privadas de educação financeira.

Programas como o Desenrola Brasil oferecem renegociação, mas não substituem a necessidade de renda contínua e estável para evitar novas dívidas.

Mensagem final: ética e responsabilidade

Pagar contas em dia e manter o crédito limpo não é apenas questão de reputação, mas também de equilíbrio financeiro familiar. Crédito e dívidas devem ser vistos como instrumentos de apoio, e não soluções para desequilíbrios de renda ou dificuldades temporárias.

Planejar, educar-se financeiramente e agir com responsabilidade são passos essenciais para construir um futuro mais seguro e tranquilo, livre do peso avassalador das dívidas sem perspectiva de renda estável.

Fabio Henrique

Sobre o Autor: Fabio Henrique

Fabio Henrique