A transformação do setor energético brasileiro está abrindo portas para uma nova era de desenvolvimento sustentável. As mudanças na matriz energética não apenas reduzem emissões, mas também impulsionam a criação de empregos e fomentam uma economia mais dinâmica e inclusiva.
O Brasil consolidou-se como líder global em energia renovável ao apostar em fontes limpas para a descarbonização. Em 2024, metade da matriz energética já era composta por renováveis, com destaque para hidroeletricidade, biomassa da cana e licor preto. No setor elétrico, mais de 80% da geração provém de fontes renováveis, tornando-o um dos mais limpos do mundo.
Em 2025, o governo lançou um robusto pacote de incentivos financeiros e fiscais para hidrogênio verde e energia solar, reforçando a estratégia nacional de longo prazo. Esses estímulos visam acelerar projetos em todas as regiões, contemplando desde sistemas isolados na Amazônia até grandes usinas fotovoltaicas no Nordeste.
O avanço da transição energética pode agregar até R$ 2,8 trilhões ao PIB brasileiro até 2030, em comparação com o cenário atual. Essa injeção de recursos estimula investimentos em infraestrutura, pesquisa e tecnologia, gerando renda para diversos setores.
Além disso, estima-se a criação líquida de 2 milhões de novos empregos qualificados até 2030. A expansão de usinas solares e parques eólicos, bem como a produção de hidrogênio verde, exige mão de obra especializada, beneficiando profissionais de engenharia, técnicos e pesquisadores.
O Brasil possui vantagens claras em segmentos-chave da economia verde. A abundância de minerais estratégicos sustenta a cadeia de baterias e veículos elétricos, combinada ao uso de biocombustíveis e hidrogênio verde com potencial para exportação. O país também se destaca na produção de equipamentos para energia eólica e no desenvolvimento do aço verde.
A bioeconomia na Amazônia oferece uma oportunidade singular de agregar valor às commodities enquanto se respeita a biodiversidade e se promove a inclusão social. Projetos de manejo sustentável e biotecnologia podem gerar soluções alinhadas ao desenvolvimento sustentável da região.
Nos últimos anos, foram criadas linhas de crédito facilitadas e isenções fiscais para produção, armazenamento e distribuição de hidrogênio verde. Em 2025, a nova Tarifa Social de Energia Elétrica passou a beneficiar mais de 60 milhões de brasileiros, facilitando o acesso à energia limpa.
A retomada das negociações com a Agência Internacional de Energias Renováveis (IRENA) reforça a cooperação internacional e o intercâmbio de tecnologias. Esses marcos regulatórios proporcionam maior segurança jurídica e atraem investidores nacionais e estrangeiros.
Programas como Luz para Todos e Energias da Amazônia já ampliaram o acesso à energia limpa em regiões remotas, beneficiando 3,1 milhões de pessoas. A instalação de sistemas isolados de energia fotovoltaica e pequenos sistemas hídricos substituiu geradores a diesel, reduzindo custos e emissões de CO2.
Em um esforço de modernização, usinas hidrelétricas com 4.950 MW passaram por upgrades tecnológicos, evitando a emissão de 57 MtCO2eq ao substituir termelétricas a gás natural. Essas iniciativas combinam inclusão social e impacto ambiental positivo.
A transição energética também traz economia operacional. A digitalização das redes elétricas e a implementação de tecnologias de monitoramento reduziram em até R$ 76 milhões anuais os custos de transmissão e distribuição. Equipamentos inteligentes permitem identificar falhas e otimizar o fluxo de energia.
Os consumidores tornaram-se ativos no sistema elétrico, adotando a geração distribuída de energia solar em telhados residenciais e comerciais. Essa figura do prosumidor fortalece a segurança energética e promove maior participação cidadã na gestão do setor.
Para consolidar a liderança na economia verde, é fundamental aprimorar políticas públicas e o marco regulatório, superando gargalos de infraestrutura, financiamento e qualificação de mão de obra. Também é necessário equilibrar crescimento econômico, proteção ambiental e inclusão social.
Investimentos em pesquisa e desenvolvimento, parcerias público-privadas e capacitação técnica serão determinantes para integrar novas tecnologias e manter a competitividade global do Brasil no setor de energias limpas.
A transição energética representa uma oportunidade transformadora para a economia verde. Com políticas robustas, inovação e engajamento social, o Brasil pode gerar riqueza, empregos e um legado ambiental positivo. Caminhar para uma matriz cada vez mais limpa e diversificada é garantir prosperidade e bem-estar para as próximas gerações.
Referências