Em 2025, o Brasil vivencia um momento de intenso debate econômico. Apesar de ver a menor alta para janeiro em mais de 30 anos, o consumidor ainda sente o peso dos preços, sobretudo em itens essenciais.
Este artigo analisa dados recentes do IPCA, identifica motivos de alívio e revela quais produtos seguem elevando a conta das famílias, além de discutir projeções e impactos regionais.
No primeiro semestre de 2025, o IPCA desacelerou de modo consistente. Em janeiro, registrou alta de apenas 0,16%, menor valor desde 1994. Abril apresentou 0,46% e maio, 0,26%. No acumulado de doze meses até maio, o índice chegou a 5,32%, enquanto o acumulado do ano atinge 2,75%.
As expectativas para janeiro (0,17%) ficaram praticamente alinhadas ao resultado, revelando maior previsibilidade nas projeções de mercado.
Diversos itens contribuíram para esse cenário de amortecimento inflacionário. A seguir, destacam-se os mais relevantes:
O impacto dessas reduções resultou em deflação de 3,08% no grupo habitação em janeiro, aliviando fortemente o índice geral.
Embora haja alívio em vários setores, certos produtos continuam puxando a inflação para cima. Entre eles, destacam-se:
Esses itens essenciais registraram aumentos expressivos, mantendo a cesta básica ainda fortemente pressionada e reduzindo o poder de compra familiar.
Além disso, em maio, o grupo habitação voltou a apresentar alta em algumas capitais. Em Brasília, por exemplo, a conta de luz subiu mais de 9% e a gasolina, acima de 2%.
O alívio nos preços não foi uniforme em todo o país. Em Rio Branco (AC), ovos e arroz tiveram quedas relevantes, beneficiando a alimentação local. Já em capitais como Brasília, houve forte pressão em habitação e combustíveis.
Essa variação regional demonstra como fatores climáticos, infraestrutura e decisões regulatórias influenciam diretamente o orçamento das famílias.
O ritmo de crescimento econômico também refletiu no comportamento do consumo. A atividade avançou apenas 0,2% em abril, e o crescimento anual acumulado atinge 4% em doze meses.
Essas condições geram restrição de crédito e renda real ainda comprimida, afetando o consumo das famílias.
O desemprego em queda lenta e a oferta de vagas pouco aquecida também limitam a geração de renda adicional, impactando diretamente as decisões de compra.
Apesar da desaceleração inflacionária, o consumo popular não cresce na mesma escala. A combinação de preços elevados em alguns segmentos, o efeito cumulativo da inflação passada e a persistência de preços altos em itens cruciais reduz o orçamento disponível.
Muitos consumidores recorrem a cortes em lazer e serviços não essenciais para equilibrar as contas, enquanto outros buscam alternativas mais baratas, como substituição de produtos e compra em atacarejos.
Para o restante de 2025, espera-se que a inflação volte a oscilar conforme fatores sazonais e choques de oferta. O cenário inclui:
O desafio principal será equilibrar a necessidade de controle inflacionário e o estímulo ao crescimento econômico, mantendo o poder de compra das famílias.
Em suma, embora a inflação esteja em um ciclo de desaceleração, a pressão sobre o bolso do consumidor continua real. O sucesso das políticas públicas e a recuperação gradual da renda determinarão se o segundo semestre trará alívio ou novos desafios para as famílias brasileiras.
Referências