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PIB cresce menos do que o esperado no último trimestre

PIB cresce menos do que o esperado no último trimestre

17/04/2025 - 05:57
Matheus Moraes
PIB cresce menos do que o esperado no último trimestre

O Brasil registrou um crescimento moderado em relação ao potencial no primeiro trimestre de 2025, indicando desafios e oportunidades para manter a trajetória de expansão econômica. Apesar de cumprir 17 trimestres consecutivos de alta, o resultado ficou ligeiramente abaixo das expectativas do mercado.

Neste artigo, analisamos os números, o desempenho setorial e as perspectivas, além de propor caminhos para reforçar a recuperação e assegurar perspectivas de crescimento sustentável.

Desempenho geral e expectativas

Segundo o IBGE, o PIB brasileiro cresceu 1,4% no 1º trimestre de 2025 em relação ao quarto trimestre de 2024. Essa variação veio abaixo da projeção de 1,5% feita por analistas de mercado.

Na comparação anual, o avanço foi de 2,9% em relação ao mesmo período de 2024, e o acumulado em 12 meses alcançou 3,5%. Embora positivamente sólido, esses números revelam desaceleração no ritmo econômico ao lado de um valor corrente de R$ 3 trilhões para o trimestre.

Setores que impulsionaram o PIB

O desempenho desigual entre os setores mereceu destaque na apuração dos dados:

  • Agropecuária: cresceu 12,2%, puxada por um recorde na safra de soja, representando 6,5% do PIB.
  • Serviços: registrou modesto aumento de 0,3%, sendo o maior segmento da economia, mas com dinamismo reduzido.
  • Indústria: apresentou variação negativa de -0,1%, evidenciando estagnação produtiva.

O forte desempenho do campo compensou, em parte, o esmorecimento das outras duas atividades, evitando um crescimento ainda menor.

Evolução recente da economia

Observando a sequência dos últimos trimestres, percebe-se que o ritmo vinha oscilando, ainda que mantendo tendência positiva:

Em 2024, o PIB fechou com alta de 3,4% no ano, mas desacelerou para 0,2% no quarto trimestre em comparação ao anterior. O 1º trimestre de 2025 representou, portanto, uma retomada, porém em ritmo inferior à média recente.

Interpretações e impactos

O resultado traz reflexões importantes sobre os entraves e possíveis impulsionadores do crescimento:

  • Recuperação desigual: a forte agropecuária contrasta com o baixo desempenho de indústria e serviços.
  • Fatores externos: preços de commodities e cenário internacional influenciam diretamente os setores brasileiro.
  • Dinâmica da demanda: a política monetária e a confiança do consumidor moldam o consumo e o investimento.

A manutenção das taxas de juros em patamares elevados afeta, sobretudo, a indústria de transformação e o setor de serviços, que dependem de crédito mais acessível.

Perspectivas e recomendações práticas

Para intensificar a recuperação e assegurar ações concretas de política econômica, é essencial que governo, empresários e sociedade adotem iniciativas coordenadas:

  • Fortalecer programas de incentivo à indústria, visando inovação, modernização e competitividade.
  • Investir em infraestrutura logística para ampliar o escoamento da produção agrícola e reduzir custos de transporte.
  • Estimular o mercado de serviços com programas de crédito específico, digitalização e capacitação profissional.
  • Aprimorar o diálogo entre setor público e privado para alinhar expectativas sobre reformas e políticas fiscais.
  • Ampliar o acesso a investimentos de impacto, alinhando sustentabilidade ambiental ao crescimento econômico.

Essas medidas podem contribuir para diversificar as bases do crescimento e reduzir a dependência de um único setor para o desempenho geral.

Conclusão

O resultado de 1,4% no primeiro trimestre de 2025 evidencia que, embora exista uma trajetória de expansão, a economia brasileira enfrenta desafios de setores em destaque na retomada enquanto outros permanecem estagnados.

Ao compreender as causas desse ritmo, cabe a todos os agentes econômicos buscar perspectivas de crescimento sustentável por meio de estratégias colaborativas e políticas bem direcionadas. A recuperação mais ampla dependerá da capacidade de equilibrar forças setoriais, estimular investimentos produtivos e fortalecer a confiança interna e externa na economia do país.

Matheus Moraes

Sobre o Autor: Matheus Moraes

Matheus Moraes