O setor de serviços no Brasil se posicionou como o verdadeiro motor da recuperação econômica em 2024, registrando um notável crescimento de 3,1% em 2024 e consolidando-se como a espinha dorsal da economia nacional. Com participação que varia entre 58,2% e 70% do PIB, essa atividade demonstra robustez mesmo em cenários de desafios globais e volatilidade local.
Desde o início do ano, o setor de serviços vem superando as expectativas. No segundo trimestre, apresentou alta de 1% em comparação ao período anterior, enquanto a agropecuária registrou retração e a indústria avançou mais moderadamente. A projeção de crescimento do PIB brasileiro, entre 2,2% e 2,5% em 2024, deve-se em grande parte à recuperação consistente e sustentável desse segmento.
A normalização das atividades pós-pandemia impulsionou a volta ao escritório, ao turismo e ao consumo de lazer e entretenimento. Com o nível de atividade acima do patamar pré-pandemia em praticamente todos os subsegmentos, o setor consolida-se como fator decisivo para a retomada ampla e duradoura.
Diversos nichos dentro do setor de serviços apresentaram desempenhos excepcionais:
Cada um desses segmentos beneficiou-se da digitalização, da retomada do turismo e de novas práticas de trabalho híbrido, reforçando a adaptação rápida às demandas tecnológicas.
O desempenho do setor de serviços reflete também variáveis macroeconômicas favoráveis. Destacam-se:
Ao mesmo tempo, a retomada do turismo doméstico e internacional fortalece hotéis, restaurantes e transportes, criando um ciclo virtuoso de investimentos e receita.
Apesar de pequenas flutuações mensais, como quedas de 0,9% em novembro e 0,5% em dezembro de 2024, o setor mostrou força para se recuperar rapidamente. A diversificação de serviços, aliada a investimentos em tecnologia e treinamento, garantiu estabilidade mesmo em cenários de pressão de custos e incertezas globais.
Especialistas apontam que a combinação de recursos tecnológicos e capital humano foi determinante para atravessar momentos de menor demanda e manter o ritmo de expansão.
Em 2024, a contribuição do setor de serviços ao PIB superou a de agropecuária e indústria:
O crescimento vigoroso do setor de serviços traz consigo o desafio de controlar a inflação. A alta demanda por mão de obra e a expansão salarial podem pressionar custos ao consumidor, elevando a pressão inflacionária moderada mas presente. No entanto, não se espera alteração significativa na taxa de juros em 2025.
Para o próximo ano, projeções apontam continuidade da expansão, com destaque para inteligência artificial, automação e modelos de negócio baseados em assinaturas. O setor precisará equilibrar inovação com gestão de custos para manter o ritmo de crescimento.
O aquecimento do mercado de trabalho, aliado a novos hábitos de consumo e avanços tecnológicos, cria um cenário promissor. Com a adoção de plataformas digitais, treinamento contínuo e parcerias estratégicas, o setor de serviços tem potencial para superar novamente as expectativas em 2025 e além.
O Brasil vive uma fase de oportunidades, e o setor de serviços segue como protagonista da retomada. A capacidade de se reinventar, aliada à força do capital humano, essencial para diversas atividades, será o grande diferencial para uma retomada ainda mais sólida e inclusiva.
Referências