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Revise sua carteira a cada novo ciclo econômico

Revise sua carteira a cada novo ciclo econômico

23/06/2025 - 19:52
Robert Ruan
Revise sua carteira a cada novo ciclo econômico

Em um mercado tão dinâmico como o brasileiro, cada nova fase exigirá ajustes na sua estratégia de investimentos para manter a rentabilidade e reduzir riscos.

Panorama Econômico Atual do Brasil

O Brasil encerrou 2024 com um crescimento de 3,4% no PIB, seguido de projeções entre 2,2% e 2,3% para 2025. No primeiro trimestre de 2025, houve alta de 1,4%, impulsionada pelo setor agropecuário.

Em paralelo, a inflação se mantém sob controle, com tendência de queda gradual, enquanto o Banco Central elevou a taxa básica de juros a 14,75% em maio de 2025, podendo alcançar 15% até o fim do ano.

Esse cenário evidencia um ciclo de crescimento sequencial de quatro anos, o maior desde 2021, período em que o PIB subiu 4,8%.

A Importância de Revisar a Carteira

Cada ciclo econômico altera a avaliação de risco, retorno e liquidez dos ativos. É fundamental adequar a carteira às condições vigentes, ajustando exposições para aproveitar oportunidades e proteger o capital.

Ativos que se beneficiam em fases de crescimento, como ações de empresas cíclicas, podem se tornar mais arriscados em momentos de juros altos. Da mesma forma, títulos de renda fixa ganham atratividade quando a política monetária se torna restritiva.

Números e Expectativas para o Futuro

As projeções para os próximos anos mostram desaceleração gradual, mas ainda positiva, da economia brasileira:

No âmbito internacional, decisões de política monetária nos Estados Unidos e possíveis recessões em grandes economias influenciarão o câmbio e os preços de commodities, impactando diretamente os investimentos brasileiros.

Como Revisar a Carteira

O processo de revisão deve ser sistemático e baseado em dados atualizados:

  • Reavaliação dos objetivos, tolerância ao risco e horizonte de investimento.
  • Equilíbrio entre renda fixa (pré e pós-fixada) e renda variável conforme a conjuntura.
  • Considerar fundos multimercado e exposição internacional para diversificar riscos.
  • Utilizar aportes programados para rebalanceamento estratégico automático , aproveitando oscilações de mercado.

Ao revisar, leve em conta a performance de cada ativo, custos de transação e liquidez. Não se trata de trocar tudo, mas sim de ajustar pesos e classificar oportunidades.

Aproveite quedas pontuais em ações para aumentar posição, se seu perfil tolerar mais risco, e busque títulos públicos em alta de juros para compor a parte conservadora.

Exemplos e Recomendações

  • Em ciclo de alta de juros: aumentar participação em Tesouro Prefixado e Tesouro IPCA+, além de CDBs com taxas superiores ao CDI.
  • Em fase de corte de juros: migrar gradualmente para ações, fundos imobiliários e setores sensíveis a crédito mais barato.
  • Reavaliar small caps e papéis de empresas intensivas em capital, que sofrem mais em cenários de crédito restrito.

Educação Financeira

Manter a disciplina de revisar a carteira periodicamente é mais importante do que tentar antecipar o ciclo. Com ajustes regulares, você preserva ganhos e reduz surpresas desagradáveis.

Disciplina nas revisões periódicas evita emoções e decisões impulsivas, garantindo mais consistência nos resultados.

Utilize relatórios de conjuntura (Focus, boletins econômicos, projeções de organismos internacionais) para fundamentar suas decisões e manter-se alinhado com as mudanças do mercado.

Investir com sucesso exige planejamento, paciência e capacidade de adaptação. Ao acompanhar indicadores e ajustar seu portfólio em cada fase econômica, estará melhor preparado para alcançar seus objetivos financeiros no longo prazo.

Esteja sempre atento às novidades do mercado, revisite suas metas e aproveite as oportunidades oferecidas pelos diferentes ciclos. Sua carteira agradece.

Robert Ruan

Sobre o Autor: Robert Ruan

Robert Ruan