Em um cenário de instabilidade cambial e alterações constantes na legislação, manter habilitada a função de compras internacionais no cartão de crédito pode resultar em custos inesperados e riscos operacionais. Este artigo apresenta um panorama detalhado, dados econômicos e um passo a passo prático para você garantir maior segurança financeira e evitar surpresas na fatura.
Nos últimos anos, plataformas asiáticas como AliExpress e Shopee registraram um aumento expressivo no número de usuários brasileiros. Atrai consumidores pela ampla variedade de produtos e pelos preços significativamente mais baixos. Entretanto, práticas de dumping e estratégias promocionais agressivas mascaram custos futuros.
Entre 2024 e 2025, o governo federal e diversas unidades federativas implementaram mudanças relevantes:
Essas medidas visam equilibrar a competitividade interna e combater evasão fiscal, mas também encarecem produtos de baixo valor, antes considerados vantajosos.
A desvantagem tributária gerada pela importação simplificada tem consequências diretas no comércio brasileiro. Organizações como a Ablos e o IDV alertam para:
Jorge Gonçalves Filho, do IDV, ressalta que a falta de proteção ao mercado interno pode gerar um ciclo de desemprego e fragilização de pequenos negócios.
Mesmo que o preço inicial pareça atrativo, diversos fatores podem torná-lo extremamente desfavorável:
- Variações cambiais elevadas encarecem ainda mais o produto no momento da cobrança.
- Cobranças de ICMS, PIS e COFINS podem ser retidas ou cobradas na entrega.
- Problemas logísticos, extravios e atrasos comprometem prazos e previsibilidade.
- Alto risco de exposição a fraudes e compras não autorizadas quando a função internacional está ativa sem uso.
Desabilitar essa função traz diversas vantagens imediatas:
Manter a função ativa sem propósito concreto é como deixar uma porta dos fundos aberta para imprevistos financeiros.
O procedimento costuma ser simples e pode ser feito em minutos:
Bancos digitais: Acesse o aplicativo, escolha “Configurações de Cartão” e desative a opção de compras internacionais.
Bancos tradicionais: Contacte o SAC, use o canal digital ou vá até a agência para solicitar o bloqueio da função.
É possível personalizar: mantenha habilitadas apenas compras pela internet ou retire a permissão para saques no exterior, de acordo com sua necessidade.
Antes de recorrer às compras internacionais, considere:
- Priorizar fornecedores locais e lojas brasileiras, fortalecendo a economia doméstica.
- Planejar aquisições para aproveitar situações de câmbio favorável e promoções reais.
- Utilizar plataformas nacionais que ofereçam garantias de entrega, assistência técnica e devolução simplificada.
Com o dólar alto e a tributação mais rigorosa, muitas pequenas importações podem se tornar inviáveis. O consumidor ganha ao adotar uma postura proativa:
- Verifique sempre o cálculo total de impostos e tarifas antes de finalizar a compra.
- Desative a função internacional e só habilite em momento de necessidade justificada.
- Apoie o varejo local para gerar emprego, renda e contribuir com o desenvolvimento econômico nacional.
Ao seguir essas orientações, você estará mais protegido contra surpresas na fatura e contribuirá para o fortalecimento do comércio brasileiro. A decisão de desativar compras internacionais quando não forem essenciais é um passo simples, mas de grande impacto na sua saúde financeira e na economia do país.
Referências